segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Entrevista

Ontem assisti à entrevista da Fátima Campos Ferreira ao Dr. Fernando Nobre.

Pronto. Era só isto que gostava de postar.


Foi interessante ler o Expresso, ouvi-lo, e reler o Expresso.

Foi como uma prova de verificação da demência colectiva, numa tentativa de enganar tudo e todos, ludibriar os "robertos" que somos nós, ou seja: só fico se for para o tal cargo, que deputado é que não..., ou, só depois das eleições é que vou ver se...sou ou não um deputado.

Boquiaberta fiquei. Gostei. Apesar da curiosidade que concerne à erva que ele usa no chá ou assim...

Nada mais há a dizer... creio. Para além de que aquele senhor é canhoto, ou esquerdino,  ou que possui um grave problema de lateralidade, confundindo a direita com a esquerda e vice-versa, gosta de tendas de campanha, sendo que as confunde, claramente,  com o acto "campanha eleitoral", e que treme quase tanto como a Rainha Isabel II, de Inglaterra. Esteve a par com as declarações do Futre... mas sem os erros de concordância, o humor, a humildade e a simpatia.


Curiosamente, e apesar do triste espectáculo, deste lado da chuva, assisti até ao fim. Comprovando desta feita as sábias palavras de Claude Chabrol, quando afirma que "a estupidez é infinitamente mais fascinante que a inteligência; a inteligência tem seus limites, a estupidez não!"!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Experimente...não ficar, de todo!

Deste lado da chuva...venho dando importância, e alguma relevância, à forma como alguns contextos sociais se comportam face à conjuntura actual em que vivemos. Não me assumo, de todo, como uma especialista em economia, ou saúde, educação... Mas assumo Portugal como o meu grupo de pertença, num âmbito mais alargado, claro está, e por isso, preocupo-me, comento, reflicto, luto, se for caso disso, insurjo-me quando necessário, apoio e contribuo.

Sim! Deste lado da chuva, sou uma daquelas pessoas neste país que tento contribuir, cujo abono foi retirado, cujos pagamentos por conta foram efectuados atempadamente e por aí fora...numa incessante guerra contra o abismo, o buraco financeiro, o agravamento da dívida pública, a vinda do FMI, esta e aquela medida.

Ouvi as comunicações todas. Do sr. Presidente da República. Do Sr. Primeiro Ministro. Do sr. Ministro das Finanças. Do sr. Ministro da Presidência. De todos os senhores disto e daquilo que vêm desfilando perante os nossos olhos.

Ontem, repetiu-se a comunicação que o sr, Primeiro Ministro, demissionário, leia-se, ia dirigir-se ao povo português. Confesso que pensei "outra vez? Aposto que é para dizer do FMI...". Sentei-me e aguardei...

Mas o insólito aconteceu, o sr. Engenheiro José Sócrates, Primeiro ministro demissionário, leia-se, antes de iniciar a sua comunicação sobre o pedido de ajuda externa... estava deveras preocupado, não com o impacto social, não com o impacto económico, não em prestar um serviço sério... mas sim, se ficaria bem, desta ou de outra forma.

Vejamos sr. Primeiro Ministo... sei que não me chamo Luís, mas experimente lá... NÃO FICAR, DE TODO! Sim?

(é imperativo que assista ao vídeo do link abaixo)

http://www.youtube.com/watch?v=NVC3ASR2ktQ

 

terça-feira, 5 de abril de 2011

A cru. Sem mais demoras.

Há questões que ultrapassam os limites da razoabilidade, roçam quase o imaginário e, quando se tornam reais, atiram-nos para a perplexidade. Depois vem a revolta. A negação. Por vezes um sorriso, um abanar da cabeça.
Há questões que se erguem como bandeiras e surgem como alarmes de que a coisa não está a correr bem… e não está minha gente, não está.
Desse lado da chuva não sabem o que deste lado assisti.
Na passada sexta-feira, uma jovem foi ao hospital de Setúbal, aquele que é público, o que presta serviços públicos, repito, para efectuar uma mini cirurgia – retirar uns sinais que estavam a espalhar-se pelo corpo, conselho médico, claro. Vários sinais, várias incisões.
Acabada a intervenção dizem à jovem: “Não temos pensos para lhe colocar, dirija-se à farmácia e compre-os, sim? Depois aplica-os ou pede a alguém que os aplique…”.
Assim. A cru. Sem mais demoras.
Ora vamos lá ver isto devagarinho….
No Hospital Público não há pensos para colocar aos pacientes… ter-se-á  que racionalizar a coisa… estão a ver? Todos a contribuir, o mote deste momento. E vai na volta, esta mini cirurgia até seria coisa menor. Aquelas devem ser “feridas” que aguentam… penso eu, e que provavelmente se sagrarem, ou se criarem algum incómodo, por favor…vejam o “walking dead”, eles andam muito mais feridos e não têm a Fitch à perna, E ISSO SIM, É QUE É IMPORTANTE – O RATING!
Foi, então, cobrindo como podia as feridas, que se dirigiu até à farmácia… a pé, já que não tem carro, nem ninguém da família tem, comprou os pensos – responsabilidade de um serviço público para qual a jovem trabalhadora desconta há algum tempo – e colocou-os.
Não sabia se haveria de rir… se haveria de chorar.
Nem eu. Que vergonha…
Pergunto, para onde caminhamos? Que nome temos? Que espécie de pessoas nos tornámos? Com quem lutamos, minha gente? Com quem falamos, minha gente?
Do outro lado da chuva…seres sem cara, sem pele, sem carne, sem palavra.
E outras atrocidades se revelam todos os dias…
Assim. A cru. Sem mais demoras.