Grande parangona desta tarde: O Primeiro Ministro vai efectuar uma comunicação ao país!
Prepararam-se as gentes, penduraram-se jantares, adiaram-se banhos e TPC's, conversas de final de tarde - "Atenção! O Sócrates vai falar", disse, "...mas mãe..., vai falar com quem?", pergunta-me, "connosco, acho...".
O coração tão perto da boca, gritou a incerteza.
Eu também nem sabia ou entendia bem com quem iria falar, de que iria falar, o que engendraria, que redondo jogo de vocábulos, em jeito de mentira dissimulada, seria apresentado. Nem sabia que mais iria Portugal ouvir. Mas ali estive, à hora marcada. Olhos abertos, atenção redobrada num silêncio quase cortante...
...
E pronto. Ouvi mais do mesmo.
Não quero explicar o que está mal, nem tão pouco dizer o que todos já disseram, discutiram, reforçaram, exigiram... não quero apresentar argumentos, defender posições, quero, apenas e só, contar do meu desalento, da pessoa que sou, mais que um número, com alma, com vida.
Desmoronaram-se os castelos de hipóteses contruídos a caminho de casa, falou e nada disse - "...mãe, já disse isto ontem, não foi?" - "nem sei, nem sei..." - nem sei onde acaba uma mentira e começa outra. Nem sei em que tempo estamos ou para que tempo vamos. Que caminho nos conduziu até aqui.
Nem sei se estou à rasca, ou se esse é um estado adquirido, embebido no nosso quotidiano, suado, moldado, aceite.
Sei que estou cansada da falsidade. Da hipocrisia. Da falsa modéstia. Da merda em que caiu este povo.
E o meu jantar arrefeceu... os sobrolhos franziram... e voltámos outra vez ao estado Deolinda de onde ainda não conseguimos sair.
Que parva que fui, hoje.
Saudações !
ResponderEliminarMeu nome é Aldo Beehlerr , moro em São Paulo Brasil
Parabéns pelo excelente trabalho e dedicação ao blog ,textos escritos com muito talento e atitude
Sucesso sempre !
Olá Aldo!
ResponderEliminarObrigada pelo estímulo!
Um abraço fraterno,
Andrea