Há paixões que se iniciam no primeiro grito de vida e perduram...até ao infinito. Não são os momentos de prova, de provação, mas a incondicionalidade do amor, o caminho que se leva de mão dadas, o modo como se orientam escolhas ou se as colocam em relação. Há pessoas mágicas e magias que se transformam em pessoas. Com a minha mãe é assim.
Não existem palavras suficientes que a descrevam...ou pelo menos que a elogiem quanto baste, que a recompensem por cada sacrifício, que a abracem nos momentos em que se reconhece o valor que tem. Não existem sorrisos que preencham os espaços vazios, nem agradecimentos que encham os dias de sol, de chuva, de trovoada, de vento. Não consigo encontrar o caminho para descrever cada traço da sua cara e cada brilho do olhar, cada palavra de alento, cada gesto de apoio. Por vezes questiono a sua força interminável e a capacidade de abnegação, o sulco das lágrimas de emoção e a gargalhada solta. Outras vezes...limito-me a pensar: É a minha mãe! É ela e só isto basta.
Poderia enunciar aqui um sem número de pequenos detalhes que a ligam a mim...ou que me ligam a ela, mas em cada momento sei-me a sorrir e a pensar nos milhares de segredos e partilhas que não quero escrever, que pretendo guardar para sempre naqueles que são os recursos pessoais e invioláveis que cada uma de nós tem para si, o coração e a memória. Cada momento com a minha mãe...é uma memória vitalizante. Única. Nossa.
Não existem palavras que a descrevam...mas posso dizer-vos que sempre se assumiu como guerreira, lutadora, educadora, amiga, médica, curandeira, enfermeira, palhaça, animadora, confidente, advogada, decoradora, arquitecta, jardineira, cozinheira, costureira, bailarina, actriz, motorista, malabarista, trapezista.
É a minha mãe, só isto basta. Se a virem por aí, ...ponham-se de pé e expludam numa salva de palmas.
O beijo, dou-lho eu.
1 comentário:
perfeito
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