quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Na minha Caixa de Correio, o sol.

Ontem roubaram-me aos tempos da chuva seca. Do nó na garganta. Dos momentos presos nas reflexões penosas, graves, perdidas em mim. 

Abri a caixa de correio. Daquele espaço saiu a surpresa do sorriso da Catarina, os olhos pestanudos e escuros. Saíram as escadas do Beco da Cardosa, em Alfama, as roupas no estendal, o sol a espreitar pelas arcadas. Dos amantes que roubam beijos nos recantos, do Santo António de Lisboa, do peso da vida, da subida, da inevitável descida. A urgência...a paz.

Ontem a Catarina resgatou-me do silêncio mudo. Trouxe-me até aqui.

Abri a caixa de correio e lá estava o postal prometido. Aquele que transporta o carinho que navega nas redes de quem se cruza virtualmente e cuja a imagem grita todo um mundo de estórias e segredos que não cabem em cento e quarenta caracteres. Nem em mil. Nem em longas conversas numa varanda qualquer. Nem em feiras ou em mudanças, entre colchões e sofás. Nem em posts que se partilham ou em marcas da vida que gravam a mãe.

Ontem a Kooka trouxe-me a alegria de ser eu e a vontade de a tomar nos braços, apertá-la com toda a minha verdade e segredar-lhe:

Também GOSTO MUITO DE TI.

Obrigada, menina. Tu és especial.






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