Diz que ele há coisas que se aprofundam na alma...e se tornam o lado obscuro do ser. Nem sei se acredite, se averigúe, se procure entender... No entanto, é verdade que sinto existirem recantos de nós que tentamos esquecer, ou esconder, recalcar, tapar, abafar. Deste lado da chuva tento, com relativa frequência, iluminar esses espaços escuros que há em mim, tomar-lhes o peso, lê-los, cheirá-los, medi-los, saber-lhes de cor o sabor - nunca os entendi ou resolvi ou, sequer, assumi... mas gosto de os deixar ali como os segredos que nem ao espelho deveriam ser pensados, quanto mais, proferidos.
E assim os assumo. Os reconheço. Os enfrento. (ou penso que faço)
Mas ele há coisas que rasgam a carne e agarram o coração com o punho fechado, sacudindo a pele e a emoção... retirando o chão e sustendo o ar - por breves minutos a morte sopra-nos nos ouvidos, cada segredo ganha vida e corre-nos nas veias, no suor, na memória. Desejamos voltar atrás, suplicamos mais um tempo, corrigimos prioridades. (sorvemos os minutos como nunca)
Nada mais é igual a ontem.
Hoje celebro o prazer da escrita e da partilha.
Que bom.
(Para a Florbela, a D. Dina e a D. Lourdes, por tanto que aprendi convosco. Obrigada)
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