Bateu à porta e pediu para entrar... Anuí e sorri-lhe como faço sempre. Correu na minha direcção e abraçou-me, levantou a cabeça e disse:
- Sabes o papel dos piolhos? Aquele que enviaste para casa...sabes?
No dia anterior havia escrito uma comunicação para as famílias, no sentido de as alertar para a limpeza da cabeça das crianças, tendo em conta os casos de piolhos e umas queixas levadas a cabo por alguns encarregados de educação. Deste lado da chuva tratam-se as coisas pelos nomes....e isto de andarmos a utilizar as denominações científicas para tocar num assunto tão real e tão conhecido, aborrece-me! PIOLHOS! É assim o nome que toda a gente conhece, ataca tudo o que é cabeça...mais limpa ou menos limpa...e tem de ser tratado! Claro que não redigi o texto assim...mas seria fundamental que se lhe desse a importância desejada. Muita!
Disse-lhe que sim, que me lembrava perfeitamente do papel...
- Pois...com este cabelinho raso, piolhos não tenho, tenho é cera nos ouvidos. Mas a mãe não tem coragem para limpá-los sem cotonetes e a avó nem vê bem. E eu pensei que tu pudesses ajudar-me. Olha!
Virou-se e mostrou-me as orelhas, sendo que com o dedito ia puxando e repuxando para que confirmasse o estado em que aquilo se apresentava...
- Podes limpar-me isto? Senão ainda me gozam mais na escola...e eu acho que me engano muitas vezes nos ditados por não ouvir bem a professora a dizer as palavras.
Abraço forte, um sorriso...e expliquei-lhe que não ia mexer com cotonetes, mas que lhe limpava tudo com umas toalhitas especiais que tinha comigo.
- Ah, Andrea...que bom!!! É que hoje vou dar fé de tudo!
1 comentário:
adoro
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