Do Twitter, para a vida real. Sair da chuva. Sem rodeios. E continuava "a Ana depois envia-te a morada por DM. Ou liga-te. Dás-me o teu número...".
A chuva parou. O coração explodiu... Pensei nas milhares de vezes que fugi de convites assim. Que ganhara eu? Sim, que com o que perdera poderia eu contar, adivinhar, saber.
Arrisquei.
Quando abriu a porta recebi o sorriso do mundo. E um abraço maior que eu. Que ele. Que nós.
Recebi um amor puro e duas mãos expressivas. Dois olhos que transportavam estrelas, lagos e luas escondidas. Recebi silêncios de surpresa, recebi amigos, recebi filhos, recebi partilhas e estórias, recebi também comensalidade, a paixão a mil, gargalhadas. Bem estar. Recebi quase tudo.
Saí completa. Prometi voltar. E foi.
Voltei uma e outra vez e da minha casa abriram-se as portas. Da minha vida dei amor e chão que deu sonhos de sonos de final de tarde. E lágrimas de perdas e gargalhadas de vitórias ou conquistas.
E o abraço. Sempre o abraço. Pronto. Cheio. Vivo.
No final de todo este tempo, nas contas das figas e dedos cruzados, da admiração imensa, do carinho revestido de sensações de saudade, de ajuda, de meio-meio, de caracóis numa tarde de verão, no final de tão pouco tempo, parece que te sei há uma vida inteira, sempre num abraço MAIOR que nós.
Ao Zé.