E pronto.
Há dias assim... em que nem sei como verbalizar a alma.
Há dias assim... em que o sangue arrefece-me no corpo e fico acorrentada em mim, em que cada minuto pesa mais que o seguinte e aprisiona mais que o anterior.
Há dias ou horas ou fraguementos de tempo, assim... profundos e negros, onde se pode enterrar uma mão, um punho, o braço, o ombro... e nunca se toca o fundo da alma. E nunca se arranca o coração do peito. E nunca se descobre a dor que nos cobre. E nunca se diz a palavra certa. E nunca se encontra a ferida.
Há dias assim... de uma intemporalidade arrasadora capaz de resumir quase tudo a pedaços de mim, sem significado, sem poder, sem razão.
E há dias assim... cheios de nada.
Deste lado da chuva... encosto-me em silêncio e procuro-me no espelho do quarto. E aqui vou estar.
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